História
Nasce uma sociedade recreativa no Rio de Janeiro
A cidade do Rio de Janeiro, às vésperas da Independência, tinha sua área urbana concentrada entre o mar e os morros Santo Antonio, Castelo, São Bento e Conceição, cujos espaços públicos eram ocupados, sobretudo, por escravos e homens de negócios. Pelo principal porto do Brasil transitavam mercadorias, pessoas, divisas... e ainda assim a cidade carecia de lugares de encontro para trocas de outra natureza, como ideias e informações. Os laços sociais formais na cidade do Rio de Janeiro até as primeiras décadas do século XIX se estreitavam, de modo geral, em ambiente privado, enquanto que a noção de associação se vinculava a confrarias e corporações de ofício. A fundação da Sociedade Germania em 21 de agosto de 1821 inaugurou no cenário urbano carioca, quiçá brasileiro, uma nova forma de agremiação.
História
Nasce uma sociedade recreativa no Rio de Janeiro
A cidade do Rio de Janeiro, às vésperas da Independência, tinha sua área urbana concentrada entre o mar e os morros Santo Antonio, Castelo, São Bento e Conceição, cujos espaços públicos eram ocupados, sobretudo, por escravos e homens de negócios. Pelo principal porto do Brasil transitavam mercadorias, pessoas, divisas... e ainda assim a cidade carecia de lugares de encontro para trocas de outra natureza, como ideias e informações. Os laços sociais formais na cidade do Rio de Janeiro até as primeiras décadas do século XIX se estreitavam, de modo geral, em ambiente privado, enquanto que a noção de associação se vinculava a confrarias e corporações de ofício. A fundação da Sociedade Germania em 21 de agosto de 1821 inaugurou no cenário urbano carioca, quiçá brasileiro, uma nova forma de agremiação.
Mudança de ares, de lugares e de frequência
Desde as últimas décadas do século XIX, eram incorporadas pela sociedade carioca novas maneiras de apropriação dos espaços públicos, ensaiadas junto com as reformas materiais da cidade do Rio de Janeiro empreendidas a partir do modelo urbano parisiense. Ao mesmo tempo, experimentavam-se novas formas de sociabilidade, de divertimento e de expressão cultural, entre outros aspectos, proporcionadas por hábitos e costumes advindos da popularização de recentes descobertas técnico-científicas.
Uma nova tradição
Mesmo sem uma sede, os associados continuavam a se reunir em lugares outros, como o auditório do Colégio Cruzeiro. Em 1952 foi fundado, com alguns dos antigos sócios da Sociedade Germania, o Clube Beira-Mar, em homenagem a seu último endereço. Por iniciativa do sr. Kurt Schupp, um dos endereços cogitados para sua nova sede foi um terraço localizado na Praia do Russel n. 300, composto por dois apartamentos, cuja vantagem seria a proximidade com o centro da cidade e a existência de estacionamento, já que o automóvel vinha ganhando importância como meio de transporte. Decidiu-se, no entanto, por aceitar a oferta do sr. Hans Künning de alugar o prédio na Rua Real Grandeza n. 243 da Cia. Cervejaria Brahma, em local onde atualmente encontra-se a Eletrobrás Furnas. Esta sede foi posteriormente adquirida pelo clube, que em 1956 já contava com 438 associados. Em 1961 o Clube Beira-Mar se fundiu com a Sociedade Germania, tendo todos os sócios daquele clube substituído seus títulos para os desta sociedade. Mesmo após a volta do funcionamento da associação, a entidade, representada pelo sócio e advogado dr. Eurico Paulo Valle, continuou empreendendo uma longa batalha para reaver os bens da antiga Sociedade Germania. Dez anos depois do confisco, a sociedade entrou junto à União com um requerimento para a devolução do prédio de sua sede social da Praia do Flamengo. Anos mais tarde foi dado ganho de causa ao clube, mas, prestes a receber o imóvel de volta, este foi declarado de utilidade pública para efeito de desapropriação pelo Decreto 45050, de 13 de dezembro de 1958.